O alimento e a bebida ingeridos por Cristo na última ceia foram importantes para sustentá-Lo.
Eles não Lhe dariam pão nem água durante o Seu tormento.
Sabia o que O aguardava, por isso nutriu-Se calmamente para suportar o desfecho de Sua história.
Após a oração, foi sem medo ao encontro de Seus opositores. Entregou-Se espontaneamente.
Procurou um lugar tranquilo, sem o assédio da multidão, pois não desejava qualquer tipo de tumulto ou violência.
Não queria que nenhum dos Seus mais próximos corresse perigo.
Preocupou-Se até mesmo com a segurança dos homens encarregados de prendê-Lo, pois censurou o ato agressivo de Pedro a um dos soldados.
O Mestre era tão dócil que por onde Ele passava florescia a paz, nunca a violência.
Os homens podiam ser agressivos com Ele, mas Ele não era agressivo com ninguém.
Um odor de tranquilidade invadia os ambientes em que transitava.
O amor que Jesus sentia pelo ser humano O protegia do calor escaldante dos desertos da vida.
Chegou ao impensável, ao aparentemente absurdo, de amar Seus próprios inimigos...
* * *
E como estamos nós? Como nos protegemos das altas temperaturas dos desertos da existência?
A tranquilidade de Jesus vinha de Sua moral elevada, sustentada por um amor incondicional por todos.
A calma do Mestre vinha de Sua fé, em nível tão elevado, que O fazia ser Um com o Pai.
Semeando amor, colhemos felicidade nos campos de Deus.
Sem a pretensão de receber recompensas na Terra, pelos atos nobres que praticamos, perceberemos que a consciência em paz é fortaleza indestrutível.
Amando, passaremos pelos suplícios da existência com mais equilíbrio.
Tal amor dá à alma em aprendizado uma certeza íntima imperturbável, segura de estar no caminho certo, e de não estar sozinha nestas paragens.
Amando, nunca estamos sós.
A Terra poderá nos oferecer solidão temporária, mas o mundo real, o mundo maior, nos dará a companhia dos grandes.
Se estamos em momento grave na existência, sofrendo ataque de inimigos do bem... lembremos de Jesus e de Seu exemplo precioso.
Quem ama e está nas sendas do bem, não tem porque pensar em vingança, em responder violência com violência.
Quem ama tem sempre um refrigério constante no íntimo, ao enfrentar o calor escaldante da crueldade alheia.
Quem ama e trilha os caminhos do bem, não precisa temer, assim como Jesus não temeu, em momento algum, o que Lhe aguardava.
Sofreu, ao ver a fragilidade da alma humana tomando decisões ainda tão tolas, mas não teve medo, jamais, pois estava sempre acompanhado de um amor sem igual pela Humanidade inteira.
Ama e aguarda. Ama e confia. Ama e resiste.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 6 do livro O mestre da sensibilidade, de Augusto Cury, ed. Academia de inteligência. Em 30.06.2009.
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