Por Vinicius Takacs
Desde o início dos tempos, a humanidade trata a morte como algo mágico, místico, sem explicação. O simples cessar das atividades biológicas sempre trouxe consigo um sentimento de medo e respeito.
Ninguém pode escapar da morte. Como desde cedo aprendemos, ela é a nossa única certeza. E não é por falta de tentativas ou vontade. Todos já ouvimos a lenda da fonte da juventude, ouvimos sobre os clones, os avanços médicos para que vivamos cada vez mais e, por que não lembrar, até mesmo as múmias, nos mais diversos pontos do planeta, que foram preparadas para voltar a vida neste mundo.
Mas não tem jeito. Por mais que tentemos, trabalhemos, ela sempre nos vence. Sendo algo tão natural, por que então temos tanto medo e sofremos tanto em sua presença?
As doutrinas espiritualistas, em sua maioria, nos ensinam que a verdadeira vida não é aqui, neste plano terreno. Estamos aqui de passagem, como em uma escola, para colocarmos em prova aquilo que julgamos saber e então, voltarmos para casa e reavaliarmos nossa jornada. A verdadeira morte, portanto, é aqui. Como nos disse o Mestre, há muitas moradas na casa do Pai.
Analisando sobre os sentimentos que nos assolam perante a morte, tanto dos que estão passando por ela quanto aos irmãos mais próximos, me pergunto se tal desespero nada mais é do que o sentimento de não ter cumprido com seus deveres (que você mesmo de propôs), ou seja, o início de uma retomada da consciência verdadeira, pela qual entendemos nossos acertos e erros, e o quanto deixamos de aproveitar essa oportunidade.
Sabemos que o processo reencarnatório é algo trabalhoso e uma oportunidade única para nossa evolução. Talvez, no momento de nosso desligamento, ao retomarmos nossa existência terrena, no famoso filme que passa diante de nossos olhos, tenhamos finalmente entendido o quanto deixamos de fazer, e isso nos traga o desespero.
A certeza de uma vida espiritual faz com que o integrantes das fés espiritualistas apresentem uma visão um tanto quanto diferenciada daqueles que não crêem em uma nova oportunidade. Isso não significa, necessariamente, frieza de sentimentos, apenas um conforto e fé maior.
Mais do que isso, convido-lhes a fazer um exercício. E se você nesse instante, descobrisse que irá desencarnar ainda hoje? O que sua consciência lhe diria? Será que não é hora de reavaliar seus passos?
Dessa forma, ao invés de temermos a ceifadora, agradeceremos a oportunidade de retornar ao verdadeiro lar.
Muita Luz!