Por Herika Sotero
Amigos leitores,
O texto a seguir foi extraído da revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira, ano 128, nº 2172, março de 2010. Um texto muito bom para reflexão, vale a pena ler.
Tive de ler duas vezes para acreditar na notícia que reproduzo aqui, para nossa reflexão em conjunto.
No início de 2008, uma ação legal contra Deus foi arquivada na Romênia, porque os promotores não conseguiram encontrar o endereço do acusado, desistindo do caso.
Pavel Mircea, que cumpre sentença de 20 anos de prisão por assassinato na cidade de Timisoara, havia iniciado um processo contra o próprio Deus.
“Deus e eu fechamos um contrato quando fui batizado e a parte que lhe cabia no acordo não foi cumprida”, diz o texto do processo, segundo o site Ananova.“Deus deveria ter me protegido do mal em vez de dar-me a Satã, que me encorajou a matar”.
Mircea ainda pediu compensação financeira por todo o dinheiro que gastou em velas e serviços ritualísticos, que também não o ajudaram. Mas os promotores decidiram largar o caso depois de dois anos.“Não conseguimos encontrar o endereço de Deus. Ele não tem casa”, disse um porta-voz.
Surgiu-me imediatamente uma pergunta: se o criminoso bateu à porta de sua convicção religiosa e lá não encontrou quem esperava, por onde Deus andava?
Seria lá mesmo que o rapaz teria de procurar? E se o destinatário não foi localizado, será que ele não poderia ao menos supor que Deus, como pode ser achado em todo lugar, não poderia estar mais perto do que pudesse imaginar? Um caso assim leva-nos a refletir sobre a qualidade da vida mental do ser humano. O que esse rapaz viveu revela o resultado de quem tem poucos caminhos alternativos para se encontrar com as forças que desconhece possuir.
Na perspectiva espírita da questão, Deus não mora dentro de um templo de pedra, nem vende proteção a ninguém por causa de uma vela acesa ou uma indulgência paga. Ele está lá como está aqui, no ar, no rio, na floresta e na gota d’água, sem precisar de qualquer tipo de gorjeta para fazer o seu trabalho.
O rapaz nem precisaria ter ido muito longe. Segundo poderia ter descoberto por suas próprias buscas, Deus mora nele, em sua consciência, onde estão fincados seus vínculos essenciais com a lei de amor, que torna os seres iguais, sem privilégios e responsáveis por seus próprios atos.
O que nos é possível conjecturar é que o homem, com culpas guardadas na consciência, não está muito interessado em saber disso, porque, se tomar consciência de que Deus está mais dentro dele do que imagina, vai ter de assumir as responsabilidades inerentes a esse saber.
Quando souber que Deus é “inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”, ele poderá descobrir-se como criatura diante do Criador, o que o desafiará a assumir seu lugar como colaborador da Divindade na melhoria das condições de vida para todos, e isso exigirá uma mudança completa de interesses e metas.
Assim como a esse moço, convém a nós saber que Deus pode nos encontrar por aí, fazendo o oposto disso tudo, dispostos a nos oferecer como instrumentos de sua paz, onde devemos estar, para levar a sua proposta de afeto incondicional por todos, como tentamos realizar, na condição de espíritas conscientes.
E você? já se empenhou o suficiente para saber qual é o endereço de Deus?
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