terça-feira, 30 de outubro de 2012

Lição de Humildade

Por Vinicius Takacs

ibeji erê terra de aruanda

Um dos maiores exemplos de humildade que podemos ter é o olhar de uma criança.

Suas atitudes remetem à simplicidade, à inocência. Em seus gestos, é praticamente impossível ver maldade, preconceito, segundas intenções.

As brincadeiras remetem ao mundo da perfeição, onde tudo é possível, onde tudo vale a pena. São capazes de simplesmente se desligarem do que chamamos de real, e criar uma nova realidade ao seu redor.

E dentro destas realidades não há espaço para energias negativas.

E no olhar destes anjos é que reside o simbolo máximo da humildade. Toda vez que deseja aprender algo, toda vez que deseja observar e seguir algum exemplo, precisam levantar seus olhares, alcançar o além, e obrigatoriamente perceber o quanto são pequenos perante o mundo que os rodeia.

E é dessa forma, que muitos de nós, nos momentos mais desesperadores, olhamos para os céus em busca de nossos aprendizados e exemplos. Em busca de Deus.

Melhor ainda quando sentimos em nossos íntimos a força do erê dentro de nós, nos mostrando o quanto somos pequenos e o quanto ainda temos para aprender e caminhar.

Muita Luz!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Orixás

Por Herika Sotero

Orixás

 

O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza. A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos que constituem estes mundos e entre cada um dos seres vivos que habitam estes orbes.

Um dado característico do exercício da religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas energias, ou faixas vibratórias. Vivendo na Terra, o homem convive com leis desde sua origem e evolução, que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação do planeta, dados essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa harmonia energética o orbe entraria no caos.

A essa faixa vibratória de alta força energética chamamos orixás, usando um vocábulo de origem Yorubana, que tem como significado "dono da cabeça", mostra assim a relação existente entre o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam. Nossos corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes proporções.

Na Umbanda os Orixás são tidos como os maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza. São conhecidos em outras partes do mundo, e dentro de outras vertentes religiosas como "Ministros" ou "Devas", energias de alta vibração evolutiva que cooperam diretamente com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas constantemente.

Para deixar claro, quando se fala em sete linhas da umbanda refere-se aos sete padrões de vibrações diferentes que a umbanda trabalha. A umbanda movimenta-se com uma faixa de vibratória que é subdividida em sete. A essas faixas energéticas damos o nome de orixás.

Não existe um espírito chamado Xangô, mas um grupo de espíritos trabalhando numa determinada faixa energética chamada de Xangô. Da mesma forma, Yemanjá não é um espírito, mas sim uma faixa vibratória onde vários espíritos se agrupam por afinidades e trabalham numa função específica que comporta a vibração de Yemanjá.

O tema Orixás é muito complexo, pois faz parte do contexto histórico/cultural de várias religiões onde cada uma tem suas interpretações, ritos de louvação e fundamentos. A casa Luz de Aruanda trabalha com os ensinamentos da Umbanda, vocábulo sagrado de origem Abanheenga, língua falada pelos integrantes do tronco tupy, ou raça vermelha, primeira civilização a se desenvolver no planeta. Este termo, diferente do que muitos pensam não foi trazido da África, mas sim revelado a milhões de anos por seres muito elevados da Confraria dos Espíritos Ancestrais, que hoje se utilizam da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação. São três os radicais que formam a palavra Umbanda: Aum (A divindade suprema), Ban (Conjunto ou sistema) e Dan (Regra ou lei), formando assim a palavra Aumbandan que tem como significado “O conjunto das leis divinas”. A união destes princípios dá origem aos quatro pilares fundamentais do conhecimento humano ditos como ciência, filosofia, arte e religião.

Dividem-se as faixas vibratórias em sete principais:

1 - Oxalá

Também chamado de Orixalá. Ori = Luz, reflexo; Xa=Senhor,fogo;Lá=Deus,divino. Assim a tradução de Oxalá é A luz do Senhor Deus.

Essa linha representa o princípio, o incriado, o reflexo de Deus, o verbo solar. É a luz refletida que coordena as demais vibrações. As entidades manifestadas nesta linha são calmas, se expressam calmamente e sempre com elevação.

2 - Yemanjá (onde entram todas as vibrações de mães: Oxum, Yansã e Nanã Buruque)

Ye= Mãe, princípio gerante; Man= o mar, a água, lei das almas; Yá= Matriz, maternidade. Isto quer dizer, que o significado de Yemanjá é: A senhora da vida.

É também conhecida como Povo d’Água. Yemanjá significa a energia geradora, a divina mãe do universo, o eterno feminino, a divina mãe na umbanda. As entidades desta linha gostam de trabalhar fixando vibrações de maneira serena. Também propiciam as limpezas áuricas e ambientais.

3 - Xangô

Xa=Senhor, dirigente; Angô= Raio, alma. Portanto, Xangô é igual a: O Senhor dirigente das Almas.

É o orixá que coordena toda a lei kármica, é o dirigente das almas, o Senhor da balança universal. Resumindo, Xangô é o orixá da justiça.

4 – Ogum

Og= Glória, salvação; Aum=Fogo guerreiro. Por fim, a tradução para Ogum é: O guerreiro cósmico pacificador, o fogo da glória.

A vibração de Ogum é o fogo da salvação ou da glória, o mediador de choques conseqüentes do karma. É a linha das demandas da fé, das aflições, das lutas e batalhas da vida. É a divindade que, no sentido místico, protege os guerreiros. Os caboclos de ogum gostam de andar de um lado pro outro e falam de maneira forte.

5 – Oxóssi

Ox=Ação ou movimento; O=Círculo; Ssi=viventes da terra. Portanto, Oxóssi é: A potência que doutrina, o catequizador de almas.

Está vibração significa ação envolvente ou circular dos viventes da Terra, ou seja, o caçador de almas, que atende na doutrina e na catequese. As entidades desta falange falam de maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos.

6 - Yori (crianças)

Yo=Potência, ordem, princípio; Ri=reinar, iluminado; Ori=luz, esplendor. Portanto a tradução é: Potência dos puros ou da pureza.

As entidades desta linha são altamente evoluídas, externam pelos seus cavalos, maneiras e vozes infantis de modo sereno, ás vezes um pouco vivas. Quando no plano de protetores, gostam de sentar no chão e comer doces, mas sem desmandos.

7 - Yorimá (preto-velhos e Obaluaê)

Yo=Potência, ordem, princípio; Ri=reinar, iluminado;Má= Lei, regra. Isto quer dizer que a tradução é: Princípio ou potencia real da lei.

Também chamada de linha das almas, ela é composta dos primeiros espíritos que foram ordenados a combater p mal em todas as suas manifestações. São os Orixás velhos, verdadeiros magos que velando suas formas kármicas revestem-se em roupagens de preto-velhos ensinado e praticando as verdadeiras ‘”mirongas”. Neles se estampa a figura da sabedoria, filosofia, o mestrado da magia, em fundamentos e ensinamentos. Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, fumando cachimbo, numa ação de fixação e eliminação de qualquer fluído astral negativo através da fumaça.

As linhas de trabalho das entidades na umbanda são compostas por espíritos já completamente ligados vibracionalmente às energias dos Orixás (entidades alinhadas), que possuem como missão trazer e fazer vibrar em nós os atributos das divindades.

 

Orixás e o africanismo

Você pode pensar, onde estão os outros Orixás? Pois bem, os cultos afro-brasileiros são sistemas de crenças herdados dos africanos, que foram trazidos como escravos para o Brasil a partir do século XVI.

Muitos escravos praticavam suas crenças no Brasil, e a tradição pedia que se tivesse um grande número de orixás em seus cultos. Na casa Luz de Aruanda, apresenta-se os orixás em sete linhas principais, entretanto a instituição mantém os trabalhos abertos para manifestação de todas as linhas, não criando nenhum preconceito com outros cultos e vertentes de trabalho. Apenas estamos apresentando outras linhas que utilizam as forças dos orixás dentro de seus cultos. Assim em outras vertentes, como o Candomblé e Nação, outros orixás surgem.

Veja alguns Orixás que são cultuados em cultos afros:

Euá

Filha de Oxalá e Iemanjá é uma deusa casta, que tem o poder de se tornar invisível e de penetrar nos mistérios de Ifá (o deus da adivinhação). Seus domínios são as ilhas e penínsulas, o céu estrelado, a chuva e a faixa branca do arco-íris. No sincretismo religioso, está associada a Nossa Senhora das Neves.

Exu

É considerado um Orixá entre os cultos afros. Filho primogênito de Oxalá e Iemanjá, Exu é aquele que abre os caminhos. Por isso, é sempre o primeiro orixá a ser invocado nas aberturas dos trabalhos, nas oferendas e na leitura do oráculo de búzios.também conhecido como Bará. Simboliza a energia dinâmica, o impulso sexual, o fluido vital. Esté também associado à comunicação, por ser o intermediador entre os homens e os orixás.

Ifá

Deus da advinhação, Ifá é o "dono" do jogo de búzios. Seu principal atributo é o conhecimento: ele sabe o que espera cada divindade e cada ser humano, pois é o senhor dos segredos do destino.

Logum

Filho de Oxóssi e Oxum, tem os atributos da elegência, da beleza e da sedução. Durante seis meses do ano, ele assume a forma masculina e caminha pelas matas, domínios de seu pai caçador.Nos outros seis meses, assume forma feminina e parte para as águas doces, que pertencem à sua mãe. É sempre representado como um adolescente, e também é chamado de Logunedê ou Logun-Edé. No sincretismo religioso, está associado a São Miguel Arcanjo e a Santo Expedito.

Obá

Filha de Oxalá e Iemanjá, deusa guerreira das águas revoltas, Obá é uma sofredora. Conta a lenda que ela era uma das esposas de Xangô, mas sofria por ver que o marido só tinha olhos para a bela e ciumenta Oxum. Inocentemente, foi se aconselhar com a favorita do esposo, e perguntou-lhe qual o segredo para conquistar o coração de Xangô. Astuta, Oxum sugeriu que Obá cortasse a própria orelha e a servisse como um quitute sangrento para o marido - diante desse gesto, ele ficaria louco de paixão! No entanto, Oxum sabia muito bem que Xangô não tolerava ver sangue, e depois que Obá seguiu o maquiavélico conselho, o deus guerreiro criou verdadeira repulsa por ela! No sincretismo religioso, Obá está associada a Santa Catarina, Santa Joana D´Arc e Santa Marta.

Olorum

Na Mitologia Yoruba, e no Culto de Ifá é chamado Olódùmarè ou Olorun, nas religiões afro-brasileiras é chamado de Olorum, é o Dono do Orun céu e Criador do Orun e do Aiye, o céu e a terra. É associado fortemente com a cor branca, e controla tudo. É o Deus Pai Criador de tudo e de todos.

Ossaim

Filho de Oxalá e Iemanjá, este orixá, que também recebe o nome de Ossanha, tem como atributos a cura e a magia. É o orixá das folhas, e portanto, das ervas medicinais. De acordo com os mitos africanos, ele é muito respeitado por todos os outros deuses, pois até os orixás dependem do poder das folhas para se revigorarem. As palavras que ativam o poder curativo das plantas é um mistério dominado exclusivamente pelos sacerdotes de Ossaim.

Oxumaré

Filho de Oxalá e Nanã, ele é o arco-íris que liga o céu e a terra, a serpente que fecunda o solo e gera riquezas. Feminino e masculino ao mesmo tempo, simboliza a interação das energias. Além disso, é senhor da dualidade, do movimento, do girar incessante da vida, da perpétua renovação. Em forma de serpente, Oxumaré morde a própria cauda e assume uma forma circular que lhe permite manter em equilíbrio os corpos celestes. No sincretismo religioso, está associado a São Bartolomeu.

Odé e Otim

Divindades da caça que eles vivem nas florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado OFÁ, e um rabo de boi chamado ERUEXIM. Em algumas lendas aparece como irmão de Ogum e de Bará.
Vivem nas matas, caçando, por isso, protege os caçadores em suas expedições. É casado com Otim formando um casal inseparável, onde está um está o outro. Odé caça, mas fica com pena dos bichos e dá para sua mulher Otim que devora tudo e por isso é gorda.

 

Sincretismo dos Orixás

Como já foi retratado na história da Umbanda, vê-se que os negros escravizados sofreram intensamente mudanças muito profundas de suas raízes, envolvendo principalmente seus fundamentos religiosos.

A igreja católica preocupada com a expansão dos seus domínios investiu para eliminar as religiosidades negras e indígenas, que na época eram vistas como pagãs, desvirtuadas do caminho sagrado de Cristo. Entretanto, esta imposição religiosa fez com que os negros, e também os próprios jesuítas com intuito de facilitar a conversão, associassem as imagens dos santos católicos aos orixás, por exemplo: Ogum é o guerreiro que vence toda demanda, e São Jorge é visto como um santo guerreiro que luta e sai vencedor sobre as adversidades, matando o dragão mostra coragem e força. Outro exemplo é Oxalá, que é uma energia, isto quer dizer que não é Deus nem Cristo, apenas sincretizado na figura de Jesus. Até porque esta vibração coexistiu com a formação do mundo, portanto, Oxalá já era antes que Jesus o fosse.  

Foram, assim, associando santos que fornecessem características semelhantes às forças dos Orixás. Esse foi o modo encontrado para burlar a opressão religiosa sofrida naquela época, e assim continuar a praticar e difundir o culto as forças da natureza, a esta associação deu-se o nome de sincretismo religioso.

Aqui vai a lista de Orixás, os quais são trabalhados na casa Luz de Aruanda, e Santos católicos correspondentes no sincretismo:

Oxalá – Jesus Cristo

Yemanjá – Nossa Senhora dos Navegantes, Virgem Maria e Nossa Senhora da Conceição

Oxum – Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Candeias

Yansan – Santa Bárbara

Nanã – Senhora Santana e Santa Ana, mãe de Maria

Ogum – São Jorge

Xangô – São Jerônimo, São Francisco de Assis, São João Batista e São Pedro

Oxóssi – São Sebastião

Yori – São Cosme e São Damião

Yorimá (Obaluaiê) – São lázaro e São Roque

 

Sítios vibracionais dos Orixás

Cada um dos orixás tem peculiaridades e correspondências próprias na Terra: cor, som, mineral, planta regente, elemento, signo zodiacal, essências, ervas, entre outras afinidades astro-magnéticas que fundamentam a magia na Umbanda por linha vibratória.

Encontraremos nos sítios vibracionais dos orixás sempre os três reinos: animal, vegetal e mineral. Sempre que possível deve-se ir a um destes espaços, para através de práticas respiratórias e meditativas absorver as energias vitais destes sítios, sendo que sempre que estiver nestes locais deve-se respeitá-los, nunca agredindo, praticando atos de vandalismo ou sujando tais ambientes, já que muitos seres astrais trabalham e evoluem nestas localidades.

Os sítios vibracionais principais são descritos a seguir:

Montanha: Sítio Vibracional de Oxalá, o qual tem o poder de reger a vida e a morte, e ao mesmo tempo em que é bondoso e tolerante, também pode tornar-se firme e severo. No entanto, Oxalá prefere sempre seguir o caminho do amor. É o único orixá que se encontra acima dele é Olorum (o céu e Deus, no Africanismo). Trazendo assim, a força vital e serenidade do alto, havendo predominância dos elementos eólicos, já que está no todo das montanhas.

Mar: Sítio vibracional de Yemanjá. Tudo no mar é movimento. Seu incessante vai e vem é a própria pulsação da vida, com sua expansão econtração, cheia e vazante, levando tudo o que é negativo, transformando-o e devolvendo convertido em positivo. Seu próprio som expressa essa possante e magnífica transformação. A praia é condensadora, plasmadora, fertilizante e propiciatória. Faz um potente equilíbrio elétrico, desimpregnado, descarregando excessos e promovendo o equilíbrio da energia interna do indivíduo.

Rio e cachoeira: Na linha das mães, corresponde ao sito vibracional de Oxum. Condutor, fluente, sem ser condensador, faz as energias fluírem, e também vitaliza. É muito importante numa purificação astro-física do indivíduo e na eliminação da energia interno do indivíduo. Também encontramos como sítio vibracional de Oxum a cachoeira, onde encontramos elementos coesivos das pedras (mineral) e água potencializada na queda da cachoeira, que produzem ou conduzem várias formas de energia. Como as águas fluem num só sentido, purificam, descarregam, vitalizam, equilibram e fortalecem o indivíduo como um todo (no físico-etérico).

Ventos e tempestades: Ainda na linha das Mães, achamos a guerreira Yansã. Ela comanda os ventose tempestades levantando todo o mal e levando embora. A mudança é uma característica forte deste orixá, já com seus ventos modifica toda a estrutura que toca.

Lama e pântanos: Nanã Buruque, outro orixá correspondente a linha das mães é a correspondente a este sítio vibracional. Chamada de avó dos Orixás, Nanã Buruque tem como atributos a fecundidade, a riqueza e o ciclo de morte e renascimento. Seu domínio é a lama, mistura de terra e água que simboliza a origem da vida.

Mata: Corresponde ao sítio vibracional de todosos caboclos da linha de Oxósse. A mata condensa prana (energia vital), restabelece a fisiologia orgânica, principalmente a psíquica, fortalece a aura, o campo astral, o eletromagnetismo, a saúde, o mediunismo, plasmando forças sutis.

Caminhos: Todas as estradas são guardadas por Ogum. Ele está em todos os caminhos, está ligado a linha dos guardiões. Tem a coragem, a força e a impetuosidade como atributos. Segundo os africanos, foi o criador do ferro e da metalurgia, tendo aberto novas perspectivas (caminhos) para a civilização humana.

Pedreira: Sítio vibracional relativo à Xangô, também chamado de Rei da pedreira. Reestrutura a forma, regenera, fixa, condensa, plasma e dá resistência mental, astral e física ao indivíduo. 

Jardim: As crianças adoram lugares amplos, com muitas flores coloridas onde podem esbanjar energia de alegria e se conectar com Deus através da beleza do lugar e da inocência do ser. Por este motivo os jardins foram escolhidos pela falange de Yori como sítio vibracional da linha de trabalho.

Cemitério: Diferente do que possam pensar o cemitério também é um lugar de mudança e tranqüilidade. O corpo que ali se encontra, já foi recipiente para uma alma que agora busca novas realizações de outra maneira no plano espiritual. Yorimá é também conhecida como a linha das almas, trazendo a sabedoria da vida e da morte nas palavras de ensinamentos que nos proporciona.

 

Influência dos Orixás no ser humano

Nós, seres espirituais manifestando-se em corpos físicos, somos influenciados pela ação dessas energias desde o momento do nascimento. Quando nossa personalidade (a personagem desta existência) começa a ser definida, uma das energias elementais predomina - e é a que vai definir, de alguma forma, nosso "arquétipo".

Para um espírito encarnar são consultados os futuros pais durante o sono, quanto à concordância em gerar um filho, obedecendo-se à lei do livre arbítrio. Tendo o casal concordado, começa o trabalho de plasmar a forma que esse espírito usará no veículo físico. Esta tarefa é entregue aos poderosos Espíritos da Natureza, sendo que um deles assume a responsabilidade dessa tarefa, fornecendo a essa forma as energias necessárias para que o feto se desenvolva, para que haja vida. A partir desse processo, o novo ser encarnado estará ligado diretamente àquela vibração original.

Os Elementais trabalham incessantemente nesse período, cada um na sua respectiva área, partindo do embrião até formar todas as camadas materiais do corpo humano, que são moldadas até nascer o novo ser com o seu duplo etérico e corpo denso.

De acordo com nossas necessidades evolutivas e carmas a serem cumpridos, a cada nova reencarnação, somos responsáveis por diferentes corpos, e para cada um destes podemos contar com o auxílio de um Espírito da Natureza, um Orixá protetor.

Após o nascimento, essa força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da força do espírito sobre a forma material até que seja adquirida sua personalidade por meio da Lei do livre Arbítrio.

A partir daí essa energia passa a atuar de forma mais discreta, obedecendo a esta Lei, sustentando-lhe, contudo, a forma e energia material pela contínua manutenção e transformação, no sentido de manter-lhe a existência.

 

Orixás de Frente, Ancestral e Adjunto

Orixá Ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que este foi gerado por Deus e o distinguiu com sua qualidade original e natureza íntima, imutável e eterna. Também chamado de orixá de nascimento.

Orixá de frente é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção no qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno permanente, chamado também de orixá de trabalho, pois é o responsável pela parte mediúnica do ser encarnado.

Orixá Adjunto é aquele que forma par com o Orixá de frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre visando ao seu equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente. Entretanto, o ser humano pode trabalhar em todas as linhas, dependendo das necessidades de evolução e crescimento que este ser enfrenta diante de si. Isto quer dizer, trabalhamos todas as forças da natureza dependendo de nossa dificuldade atual. Se for fundamental manifestar a força e coragem na pessoa, ela trabalhará com a energia de Ogum, que lhe trará toda esta carga energética de fortaleza, mesmo que o Orixá de nascimento e o de frente sejam diferentes. É também chamado de ajuntós.

A cada encarnação, há troca de regência, ou seja, um novo Orixá será responsável pela condução do ser. E nessa troca, os seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás.

Podemos identificar a ancestralidade de alguém observando o olhar, as feições, os traços, os gestos, a postura, entre outras características, pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do ser, apassivada pela regência de encarnação, mas não anulada por ela. Já o Orixá Adjunto pode ser identificado nos gestos e nas iniciativas das pessoas, já que é por intermédio do emocional que ele atua.

 

Fonte: http://luzdearuanda.com.br

Polígrafo de Estudos da Ass. Uni. Luz de Aruanda

Umbanda Pé no Chão, Norberto Peixoto

www.umbandadeluz.com.br

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Você já serviu de ponte?

Retirado de: www.momento.com.br

bridge

Bem ensina Emmanuel: A natureza é sempre o celeiro abençoado de lições maternais. Em seus círculos de serviço, coisa alguma permanece sem propósito, sem finalidade justa.

Nela vemos o ensino de tudo: qualquer elemento, qualquer coisa, uma paisagem, a árvore, o rio, a fonte, tudo nos dá lições, quando vestidos com a virtude da humildade, sem visões estreitas, lemos o livro de Deus.

Chico Xavier, sempre inspirado, certa feita, passando por sobre uma ponte, lembrou Casimiro Cunha e um de seus poemas que havia psicografado:

Ponte silenciosa,

no esforço fiel e ativo,

é um apelo à lei de amor,

sempre novo, sempre vivo.

Vendo-a nobre e generosa,

servindo sem altivez,

convém saber se já fomos

como a ponte alguma vez.

* * *

Chico Xavier lembrou também de haver Emmanuel, seu guia espiritual, lhe perguntado, certo dia:

Você já serviu de ponte alguma vez, Chico? Ao que ele silenciara.

Mas, dias depois, viajando com um sacerdote, de Pedro Leopoldo para Belo Horizonte, num ônibus, recordara da pergunta de seu querido guia e vira-se servindo de ponte.

Com uma hora de boa conversa, repartiu com o irmão e companheiro de viagem o que já havia aprendido.

Sentiu que fora ponte para que aquele servo do Cristo, em tarefa testemunhal, ganhasse a outra margem do conhecimento sobre o amigo celeste e se sentisse maravilhado.

* * *

E nós? Já servimos de ponte em algum momento?

Já servimos de conciliador em alguma discussão ou querela entre duas pessoas?

Já ajudamos alguém a atravessar os rios da ignorância e o conduzimos às margens seguras do conhecimento?

Já servimos de ponte entre o desespero e o consolo?

Já estendemos nossas mãos amparando alguém na travessia de momentos de tormento?

Já fomos ponte entre as coisas da Terra e o Criador, ensinando alguém a orar com fé, com o coração?

Já fomos ponte entre os olhos baixos e um sorriso sincero?

Quantas vezes podemos ser pontes e deixamos passar a oportunidade...

Ser esse elo de ligação entre duas situações opostas, entre duas realidades, entre dois lugares ou estados d´alma, é missão importantíssima.

Inspiremo-nos na ideia dessa construção fascinante e sua função nobre, servindo sem esperar aplauso ou temer reproche - a ponte silenciosa.

Sejamos ponte e estendamo-nos com alegria para todos os que estejam ao nosso redor.

Que bela ponte foi o querido Chico Xavier, unindo dois mundos através de sua mediunidade bendita.

Quantos corações consolados... Quantas mentes esclarecidas com a realidade do mundo espiritual, que coexiste com o nosso, desde sempre.

Serviu sorrindo e amando cada ser que atravessava por ela.

* * *

Ponte silenciosa,

no esforço fiel e ativo,

é um apelo à lei de amor,

sempre novo, sempre vivo.

Vendo-a nobre e generosa,

servindo sem altivez,

convém saber se já fomos

como a ponte alguma vez.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 36, do
livro
Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, ed. Lake.
Em 01.10.2012.